60% das mulheres que já decidiram pelo congelamento de óvulos ainda não resolveram quando irão realizar o procedimento e 40% ainda não sabem quando querem engravidar

Pesquisa da Ferring aponta que a maioria das mulheres ainda não se sente bem-informada sobre o tema  

Os progressos da medicina e da tecnologia, assim como as constantes mudanças no papel social feminino, incentivam cada vez mais mulheres a optarem pelo congelamento de óvulos e pelo planejamento de uma gravidez futura. Entretanto, uma pesquisa do projeto Gravidez na Minha Hora, da Ferring, biofarmacêutica líder em reprodução humana, aponta que há uma lacuna entre o desejo de realizar a criopreservação e a realização efetiva do procedimento, causada pela falta de informações.

O levantamento “Jornada Optante” foi realizado em parceria com a consultoria Inspirat, entre março e maio de 2021. As informações foram obtidas por meio da análise de comportamento de 598 mulheres, entre 25 a 45 anos, divididas em dois grupos: 201 que já realizaram o congelamento e 397 que apenas tomaram a decisão, mas ainda não o fizeram. A renda familiar de todas as entrevistadas, de ambos os grupos, é noves vezes maior à das mulheres da mesma faixa etária na população em geral.

Os dados revelam que, dentre as que já estão decididas por realizar a coleta, 40% ainda não sabem quando devem engravidar. Entre as que já têm um prazo previsto para a gestação, 38% idealizam a idade entre 35 e 45 anos, sendo que destas, 46% pretendem realizar o procedimento apenas em 2023 ou mais a frente e 14% ainda não sabem.

As mulheres demonstram gostar do conceito, mas não necessariamente já tomaram suas decisões. “A maioria pensa em começar o processo só daqui há dois anos e muitas não sabem ao certo quando vão começar. É importante frisar que esse hiato de tempo é bastante significativo para a perda de saúde fértil dessas mulheres. Precisamos nos atentar sobre o que falta em relação ao conhecimento para que elas possam dar sequência ao tratamento. Transformando esse processo em uma jornada de empoderamento e emancipação, e não em uma de preocupação”, explica Dr. Sérgio Teixeira, diretor médico da Ferring.

A estimativa é que a procura pela preservação da fertilidade tenha aumentado cerca de 40% de 2018 para 2019, mas ainda restam dúvidas para bater o martelo. O processo de contato até início dos procedimentos varia de três a quatro anos. No grupo da criopreservação, 52,24% se sentem razoavelmente bem-informadas, 18,90% mal-informadas e 28,86% muito bem-informadas.  Os números são parecidos no outro grupo: 47,10%, 23,42% e 29,47%, respectivamente.

Entre as principais dúvidas apontadas pela pesquisa, que se tornam obstáculos para a rápida realização do procedimento, estão a taxa de sucesso futura (25% nos dois grupos), se era a idade certa (18% entre as que realizaram criopreservação e 21% entre as que apenas decidiram) e qualidade dos óvulos (14%). Outras questões registradas foram em relação a expectativa quanto ao surgimento de outra técnica melhor, a validação da saúde dos óvulos/futuros embriões, o tempo de duração do congelamento, a contratação da mesma equipe médica para uma gravidez futura, a aceitação do/a futuro cônjuge de uma fertilização in vitro, (além de dúvidas sobre o descarte dos óvulos caso não opte pela gravidez e sobre aspectos éticos.

Segundo o diretor da área de Reprodução Humana no Brasil, Pedro Bunazar, o procedimento pode e deve ser feito por pessoas jovens, mas ainda existe uma crença contrária, de que o congelamento é para aquelas pessoas que sofrem de infertilidade e, por esse motivo, não devem ainda pensar em fazer congelamento de óvulos quando são jovens. “O estudo mostra como essas opiniões e crenças se transformam em comportamentos, e que muitas mulheres, por falta de informação, estão deixando de lado a sua liberdade de escolha, postergando cada vez mais a criopreservação”, explica.

O papel do ginecologista neste processo  

A pesquisa da biofarmacêutica mostra que ainda há espaço para mais informações que gerem segurança na tomada de decisão e o ginecologista tem um papel fundamental neste processo: 32% das mulheres que realizaram a coleta de óvulos o fizeram por indicação do ginecologista. Em 23% destes casos, o próprio especialista fez o procedimento.

No grupo que ainda não realizou a coleta, o cenário não é diferente: a influência do especialista foi apontada por 35% das entrevistadas. 57% das mulheres pretendem fazer com o próprio ginecologista e 50% delas afirmam que nutrir empatia e conhecer o médico são fatores decisivos.

“O ginecologista é um dos principais profissionais que são consultados para esclarecer as dúvidas iniciais. Por isso, é importante que esse diálogo com suas pacientes ocorra com a maior antecedência possível, já que elas precisam de tempo para se sentirem seguras e para tomar as decisões necessárias com a devida clareza. Evitando, assim, qualquer tipo de temor e frustração”, conclui o diretor médico da Ferring.

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