Lideranças femininas discutem o papel da mulher no desenvolvimento e transformação do setor saúde

Encontro realizado no auditório da Fiesp contou com transmissão ao vivo pelas redes sociais

Um dia histórico para reafirmar a força e a liderança feminina no desenvolvimento e na transformação da saúde no Brasil. Assim foi o encontro realizado nesta quarta-feira, 8 de março, Dia Internacional da Mulher, no auditório da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Importantes referências do setor estiveram reunidas para debater o protagonismo das mulheres na construção de um sistema de saúde mais abrangente, efetivo e includente.

O encontro foi promovido pelas revistas Visão Hospitalar e Evolution, e pela Viva+ Comunicação e Editora. Também se somaram ao projeto a Fiesp, por meio do Comitê de Saúde da Cadeia Produtiva (Comsaude), o Sindicato da Indústria de Artigos e Equipamentos Odontológicos, Médicos e Hospitalares do Estado de São Paulo (Sinaemo),  e a Associação Brasileira da Indústria de Dispositivos Médicos (Abimo).

“Hoje não é um dia de comemoração, mas de reflexão. Independentemente da área que estejamos falando, mulheres morreram numa fábrica para que a gente tivesse um dia para dizer que é nosso. Então precisamos parar de pensar que é preciso ações drásticas para dizer que são nossas. Portanto, que as nossas conquistas sejam diárias, ao lado de homens. Se falamos em igualdade, então devemos falar de equidade, todos juntos andando pelo mesmo resultado”, destacou  Marta Livia Suplicy, presidente do Conselho Superior feminino da Fiesp, durante a abertura do evento.

Na primeira palestra do dia, a diretora-adjunta de Desenvolvimento Setorial da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS),  Angélica Carvalho, abordou o tema “A mulher em destaque no setor saúde”. Angélica resgatou a história de mulheres com atuações relevantes na saúde nacional, a exemplo da médica Nise da Silveira – psiquiatra brasileira reconhecida mundialmente  por sua contribuição ao tratamento mental – e da atual ministra da Saúde, Nísia Trindade – primeira mulher a comandar a pasta.

“A mulher tem um papel muito importante na sociedade. Ela é a estrutura de muitas famílias no mundo. Quando falamos do papel da mulher, não estamos falando apenas do papel de prover aquela assistência à saúde, ou a gestão, ou o sistema de saúde. Mas é dentro do seu lar, da sua comunidade, da sua família. Nós temos um papel multitarefa e esse papel é fundamental para empreender a visão do feminino, a visão multietapa”, destacou Carvalho.

A ex-presidente da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida, Hitomi Nakagawa, chamou atenção para o drama vivido por milhares de mulheres que sofrem com o diagnóstico da infertilidade. “Um direito que deveria ser natural, o desejo de formar uma família, de gerar um bebê, acaba levando cicatrizes para toda a vida. A infertilidade leva a uma série de consekuências”, destacou. De acordo com ela, uma a cada sete mulheres acaba desenvolvendo transtorno de ansiedade.

Hitomi também frisou a evolução da medicina reprodutiva e como os avanços da ciência têm contribuído na guerra contra o relógio biológico das mulheres,a exemplo do congelamento de óvulos. “A mulher nasce com uma reserva de óvulos que será consumida. Portanto, quanto mais tarde, mais difícil será”.

Outro tema abordado no encontro foi “A importância da Mulher no Cenário da Acreditação”, apresentado por Gilvane Lolato, gerente de Educação da ONA (Organização Nacional de Acreditação). A diretora executiva do DASA e Integrante do ComSaude, Cláudia Cohn, falou sobre “A liderança feminina e o cenário da Mulher no Setor Saúde”, enquanto que Lygia Imbelloni – Business Unit Director & Women in Leadership Ambassador da Merck Group – abordou o “Trabalho, equidade de gênero e planejamento reprodutivo”.

“Esta tarde nos deixou um grande aprendizado, vindo de importantes vozes femininas que trabalham para transformar a realidade da saúde em nosso país. Estou muito feliz de ter participado deste encontro, nesta data tão especial, com tantas reflexões e provocações importantes. Porém, também precisamos ter em mente que só vamos conseguir executar todos esses discursos se iniciarmos por nós mesmos. Toda transformação deve começar com cada um de nós”, disse a editora-chefe das revistas Visão Hospitalar e Evolution, responsável pela mediação dos debates.

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