Setembro amarelo: Mulheres com dificuldades para engravidar estão propícias a depressão

Especialista em infertilidade de alta complexidade comenta sobre a importância de um acompanhamento médico e alternativas para reverter o quadro

Desesperança, pessimismo, sentimento de inutilidade e irritabilidade são sinais muito comuns em uma pessoa que sofreu uma grande frustração por não conquistar um sonho ou projeto de vida. E, quando falamos em sonho, a maternidade é um destaque entre o público feminino. Mas, infelizmente, nem todas mulheres podem gerar um filho pelas vias biológicas, o que pode causar uma profunda tristeza, desencadeando até mesmo um quadro de depressão.

Um estudo publicado no periódico médico Fertility and Sterility identificou que 80% das mulheres com diagnóstico de infertilidade desenvolveram algum grau de depressão. Além disso, o estudo também revelou que a prevalência de depressão tem um crescimento significativo em mulheres depois de dois a três anos do diagnóstico de infertilidade, em comparação com as que o possuem há menos de um ano ou mais de seis anos.

Segundo a Dra. Paula Fettback, a especialista em infertilidade com ênfase em alta complexidade, dentro de um caso estéril, as razões para uma mulher desenvolver este estado emocional depressivo podem ser as mais diversas. Entre eles, a autocobrança, a pressão de familiares ou da sociedade e, principalmente, o sonho de ser mãe. “A infertilidade atinge 1 a cada 5 casais, independentemente se a causa está no homem ou na mulher. Porém é sobre a mulher que recai o peso de constituir a família”, destaca a médica.

O estudo também destacou que quando a causa da infertilidade está claramente estabelecida, há uma maior probabilidade de depressão do que em casos em que o diagnóstico não está fechado ou a investigação ainda não foi realmente iniciada.

“Isso pode ter relação com o fato de que a mulher com o diagnóstico já tem a certeza da sua infertilidade, enquanto, nos demais casos, o quadro suscita dúvidas e a esperança da reversão”, comenta a especialista.

No entanto, Dra. Paula explica que há possibilidade de um final feliz do ponto de vista de uma gestação saudável. “A medicina evoluiu muito e, hoje, a fertilização in vitro com óvulo ou espermatozóide doado é uma alternativa que deve estar no radar dos casais. Além disso, o foco na preservação da fertilidade em idade oportuna, principalmente o congelamento de óvulos, tem cada vez mais sendo proposto e realizado em todo o mundo. Diante de uma depressão ou frustração nesta caminhada rumo à maternidade, o que pode ser feito é acolher e incentivar a busca de ajuda profissional”, finaliza a médica.

Sobre a Dra. Paula Fettback

Ginecologista especializada em reprodução assistida e infertilidade de alta complexidade. Possui graduação em Medicina pela Universidade Estadual de Londrina, residência médica em Ginecologia e Obstetrícia no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, doutorado em Ciências Médicas pela Disciplina de Obstetrícia e Ginecologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

Atualmente é membro da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva, e desde 2006, atua em Ginecologia e Obstetrícia com ênfase em Reprodução Humana e infertilidade de alta complexidade, atendendo pacientes em São Paulo e no Paraná. Tem em seu portfólio algumas famosas como Rosana Jatobá, Tânia Kalil, Angelita Feijó, Mariana Kupfer, entre outras.

 

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