Criopreservação de sêmen pode ser benéfica para pacientes que vão se submeter a tratamentos oncológicos
Em meio à campanha Novembro Azul, que visa conscientizar sobre a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de próstata, surge uma questão: como preservar a fertilidade masculina após os tratamentos oncológicos? Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), mais de 71 mil brasileiros devem receber o diagnóstico da doença ainda este ano, tornando urgente a discussão sobre os efeitos colaterais dos tratamentos, como quimioterapia e radioterapia, na fertilidade masculina.
O Dr. Maurício Chehin, especialista em reprodução assistida do Grupo Huntington, alerta que a quimioterapia, embora eficaz, pode comprometer a produção de espermatozoides. “Os medicamentos utilizados podem danificar o DNA e a estrutura celular dos testículos, resultando em uma redução significativa na contagem e qualidade dos espermatozoides. Em alguns casos, pode ocorrer ausência temporária ou permanente de espermatozoides, dependendo do tipo e da dosagem da quimioterapia”, explica.
A radioterapia, por sua vez, utiliza radiações ionizantes para eliminar células cancerígenas, mas também pode afetar a fertilidade quando direcionada à região pélvica. “A radiação pode danificar diretamente os tecidos responsáveis pela produção de espermatozoides, com efeitos colaterais variando conforme a dose e localização da radiação”, destaca o Dr. Maurício.
Além disso, de acordo com o especialista, além dos tratamentos de quimioterapia e radioterapia, há casos em que o paciente com câncer de próstata precisa se submeter a uma prostatectomia radical, cirurgia para retirada completa da próstata e das vesículas seminais, tornando-o infértil, pois o procedimento cirúrgico interrompe a ligação entre os testículos (onde o esperma é produzido) e a uretra.
Solução
Dr. Maurício ressalta que diante deste cenário, é fundamental que os homens diagnosticados com câncer considerem as opções de preservação da fertilidade antes de iniciar o tratamento. Sendo assim, o especialista indica a técnica de criopreservação do sêmen, um processo que envolve o congelamento e armazenamento de espermatozóides. “A criopreservação é utilizada para preservar a fertilidade masculina, permitindo que o sêmen seja mantido por longos períodos sem perda significativa de viabilidade, garantindo a possibilidade de concepção futura”, explica o médico.
Segundo o especialista, após o congelamento, o paciente pode recorrer a inseminação artificial ou a fertilização in vitro. “Na inseminação artificial, o sêmen previamente coletado e preparado é introduzido diretamente no útero da parceira durante o período fértil. Já a fertilização in vitro realiza a fecundação do óvulo pelo espermatozoide em laboratório (in vitro) para posterior implantação do embrião no útero da futura mãe”, afirma o Dr. Maurício.
Por fim, o médico ressalta que muitos homens diagnosticados com câncer enfrentam um período de incerteza e insegurança, que podem afetar a saúde emocional. Sendo assim, o especialista destaca que a orientação médica é essencial nesse momento. “Os pacientes devem ser informados pelos oncologistas sobre a possibilidade de criopreservação antes do início do tratamento de câncer. Assim, eles têm a oportunidade de preservar a fertilidade e planejar um futuro familiar”, conclui.
Sobre a Huntington Medicina Reprodutiva
A Huntington atua há 29 anos como especialista em medicina reprodutiva, sendo nacionalmente reconhecida pela excelência médica, pioneirismo e inovação para ofertar aos pacientes tratamentos com critérios internacionais de qualidade.
Os procedimentos são para tratamento de infertilidade masculina, feminina e do casal divididos em aconselhamento genético, coito programado, congelamento de óvulos, doação de gametas, tratamento de endometriose, espermograma, fertilização in vitro, inseminação intrauterina, oncofertilidade, tecnologia time-lapse e procedimentos para casais homoafetivos.
Atualmente, a Huntington faz parte do Grupo Eugin, referência mundial em reprodução assistida. São mais de 1500 profissionais e 30 clínicas ao redor do mundo, em 9 países.