O acolhimento a pessoas que buscam um tratamento de reprodução humana assistida, depois de terem experienciado inúmeras tentativas naturais de gravidez sem sucesso, é fundamental. Muitas vezes, mulheres e homens vêm de outros tratamentos infrutíferos, e geralmente já muito cansados do desgaste emocional pelo qual passaram. Quase sempre, vêm ainda com dúvidas sobre as medicações, sobre o tratamento em si e com questões psíquicas.
E quando esses pacientes chegam na enfermagem da clínica de reprodução humana, as enfermeiras sanam as dúvidas e repassam as condutas a serem seguidas, e até mesmo esclarecimentos mais amplos sobre os procedimentos a serem seguidos para o tratamento da fertilização assistida. Após esse contato, a equipe de enfermagem encaminha esses pacientes para que outros profissionais que compõem o time de especialistas em reprodução humana possam dar orientações e esclarecimentos mais específicos sobre os tratamentos, como é o caso por exemplo, da nutrição e da equipe de apoio psicológico, também fundamentais durante o processo.
Boa parte das vezes, os casais, hetero ou homoafetivos, e os pacientes solteiros que buscam a tão sonhada maternidade e paternidade, chegam com medo e muita ansiedade para o tratamento dar certo. Esse momento tão desejado e esperado é acompanhado de inúmeras situações desconhecidas: sintomas físicos, sentimentos difusos, medo do que está por vir, inseguranças e incertezas sobre todo o processo e seu desfecho.
Nesse contexto, a enfermagem tem um papel fundamental de ouvir, entender e assim poder ajudar esses pacientes da melhor forma possível, acolhendo e criando estratégias para o enfrentamento dessas angústias e ainda reforçando as orientações médicas, obtendo assim uma assistência qualificada para as pessoas.
Diante do exposto, percebemos que o acolhimento na enfermagem visa acalentar os pacientes criando um ambiente propício seguro e de confiança. Fazendo com que todos os envolvidos tenham ligação humanizada expressando os mais diversos sentimentos num momento tão complexo durante o tratamento de reprodução assistida.
*Elizabete Frade Rosa é enfermeira na Clínica Origen BH e especialista em Reprodução Humana Assistida Multiprofissional pela Unileya