Essa ferramenta, que pode ser aplicada tanto para mulheres em busca de engravidar naturalmente quanto para as que estão em tratamento de Reprodução Assistida, é especialmente importante para pacientes com repetidas falhas de implantação e histórico de perda gestacional.
Desde 2018 é possível realizar a análise do microbioma do endométrio com os testes genéticos EMMA e ALICE, que detectam as bactérias causadoras de endometrite crônica infecciosa e avaliam o perfil bacteriano benéfico para o sucesso da gravidez utilizando o sequenciamento genético das bactérias que habitam o interior do útero.
Graças a essas análises desenvolvidas pela Igenomix, tem sido possível identificar a endometrite com uma precisão superior em comparação aos métodos tradicionais de análise dessa patologia, que normalmente não provoca sintomas, que são histeroscopia, histologia e microbiologia.
Após analisar mais de 70 mil amostras, aprimorando por cinco anos esse estudo do microbioma endometrial, e ter a implementação bem-sucedida da tecnologia de RT-PCR para os testes EMMA e ALICE, o laboratório líder em testes genéticos em Medicina Reprodutiva anunciou a nova versão dos testes que avaliam as bactérias presentes no endométrio para que o médico possa estabelecer as melhores condições de saúde uterina para a gravidez, e, assim, obter resultados reprodutivos positivos nos tratamentos de fertilidade.
O novo painel personalizado analisa as bactérias detectadas com maior frequência nas amostras endometriais para proporcionar aos médicos informação mais precisa e acionável, pois detecta bactérias no nível da espécie, o que permite tratamentos mais direcionados, que são sugeridos no próprio laudo da análise por um microbiologista da Igenomix.
Essa ferramenta, que pode ser aplicada tanto para mulheres em busca de engravidar naturalmente quanto para as que estão em tratamento de Reprodução Assistida, é especialmente importante para pacientes com repetidas falhas de implantação e histórico de perda gestacional.
“De acordo com o resultado das análises acumuladas durante os cinco anos de testes EMMA e ALICE, aproximadamente 25% das pacientes que realizaram o teste apresentavam endometrite crônica infecciosa, uma doença que geralmente não provoca sintomas, mas é capaz de impedir a implantação do embrião ou causar um aborto”, explica Bruno Coprerski, geneticista e diretor de operações da Igenomix na América Latina. No laudo da análise, é indicado o tratamento antibiótico específico para combater os patógenos encontrados no endométrio.
Por outro lado, cerca de 70% das pacientes analisadas receberam a indicação de probióticos para equilibrar o microbioma endometrial. “Os probióticos são indicados quando há um desequilíbrio das bactérias positivas para uma flora favorável à implantação do embrião e gravidez”, completa Coprerski.
O que muda no resultado dos novos testes EMMA e ALICE?
O resultado do novo teste da EMMA e ALICE é apresentado por meio de uma tabela com as bactérias incluídas no painel genético da análise ao lado do seu valor de referência (normal) estabelecido. Valores fora da faixa de referência de normalidade são destacados em negrito e com um asterisco. Em caso de resultado alterado, o laudo acompanha a recomendação de antibióticos de acordo com os patógenos encontrados e os probióticos para restabelecer o microbioma apropriado para o sucesso da gestação.
Os intervalos de referência para cada bactéria foram estabelecidos a partir das biópsias de pacientes com nascidos vivos incluídos no estudo prospectivo observacional multicêntrico apresentado na publicação científica “Endometrial microbiota composition is associated with reproductive outcome in infertile patients”.
Como surgiram os testes EMMA e ALICE?
A constatação de que o microbioma endometrial pode afetar a implantação embrionária surgiu a partir da publicação na revista científica AJOG (American Journal of Obstetrics and Gynecology), onde a pesquisadora Inmaculada Moreno identificou que as populações de bactérias presentes no interior do útero produzem diferentes resultados reprodutivos.
Estima-se que a endometrite crônica afeta até 19% da população. Em pacientes que estão tentando engravidar há mais de um ano, a prevalência chega a 40% e pode ser inclusive superior (60-66%) em casos de perda gestacional de repetição.
1 MORENO, I. et al. Endometrial microbiota composition is associated with reproductive outcome in infertile patients. Microbiome, v. 10, 4 jan. 2022. Disponível em: https://microbiomejournal.biomedcentral.com/articles/10.1186/s40168-021-01184-w. Acesso em: 12 jun. 2023.
2 MORENO, I. et al. The diagnosis of chronic endometritis in infertile asymptomatic women: a comparative study of histology, microbial cultures, hysteroscopy, and molecular microbiology. Am. J. Obstet. Gynecol., v. 218, n. 6, p. 602, 2018.