Dia da Gestante: o papel essencial do diálogo entre médico e paciente

FEBRASGO destaca a importância da comunicação na elaboração do plano de parto e no apoio contínuo durante o pós-parto, garantindo cuidado integral e humanizado à saúde da mulher e do bebê.

O Dia da Gestante, celebrado em 15 de agosto, é uma data dedicada a reconhecer e valorizar este momento especial na vida das mulheres. É uma oportunidade para destacar a importância dos cuidados com a saúde e o bem-estar das gestantes, além de promover a conscientização sobre as mudanças significativas que ocorrem durante a gravidez. Essas mudanças abrangem não apenas o aspecto físico e emocional, mas também impactam a vida profissional, social e familiar das mulheres. Neste contexto, a Federação das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), reforça a importância do diálogo entre médico e paciente para garantir todo o apoio necessário durante essa fase.

Um exemplo sobre a importância dessa relação entre o profissional da saúde e a gestante é a elaboração do plano de parto, que nada mais é do que um documento com a descrição das preferências da paciente referentes ao parto. O Dr. Ricardo Porto Tedesco, membro da FEBRASGO, explica que o objetivo do plano de parto é garantir que o atendimento seja respeitoso e alinhado com as preferências da paciente.

“A gestante pode discutir as opções de parto disponíveis com o médico e outros detalhes como se deseja permanecer em jejum ou não, quem gostaria de ter como acompanhante, se prefere se movimentar durante o parto, se gostaria de ouvir uma seleção de músicas específicas e se prefere um ambiente com pouca luz, sempre visando proporcionar uma experiência de parto que atenda às suas necessidades e desejos”, diz.

O especialista comenta que antes do parto, não é necessário que a paciente permaneça em jejum, nem que suspenda os medicamentos que está usando, exceto em situações específicas. Por exemplo, para pacientes que tomam anticoagulantes ou insulina, é essencial seguir as orientações individuais fornecidas pelo médico.

O documento é um guia, sendo importante que a paciente compreenda que o plano de parto é uma ferramenta para comunicação clara e colaboração entre a paciente e a equipe médica, mas que todas as ações previstas serão respeitadas desde que não coloquem em risco a vida da mãe e do bebê.

Sobre o local do parto, a FEBRASGO defende que ele aconteça no hospital. Junto com a equipe médica responsável, a gestante será assistida de forma acolhedora e a segurança é significativamente maior em um ambiente hospitalar. Os profissionais estão preparados para agir prontamente diante de situações adversas que possam surgir, como sofrimento fetal agudo durante as contrações uterinas, picos hipertensivos ou sangramentos não normais. “Como imprevistos podem acontecer, a capacidade da equipe para intervir de maneira eficaz é essencial para a segurança da mãe e do bebê em ambiente hospitalar”, reforça.

Outro aspecto importante sobre o diálogo entre médico e paciente está na informação. O médico explica que é importante para a gestante conhecer o seu corpo e saber identificar os sinais que indicam o início do trabalho de parto. “O sinal clínico de que o trabalho de parto começou é a presença de contrações ritmadas, com uma contração a cada três a quatro minutos, acompanhadas de cólicas”, diz.

 

Quando a paciente entende o que está acontecendo, ela sabe que o trabalho de parto pode durar várias horas e que não há necessidade de urgência, correria ou estresse. Identificar os sinais corretos é crucial, pois a internação precoce pode prejudicar o sucesso do parto vaginal. “Muitas vezes, ao internar-se muito cedo, a paciente pode enfrentar horas ou até dias de angústia, o que pode levar à desistência da tentativa de parto vaginal e, consequentemente, à realização de uma cesárea que poderia ter sido evitada. A principal recomendação é que ela se mantenha tranquila e confiante durante esse período”, explica.

O relacionamento entre médico e paciente continua no pós-parto

Atualmente, fala-se no “quarto trimestre” da gestação, referindo-se ao período logo após o nascimento do bebê. Enquanto os nove meses de gravidez são divididos em três trimestres, o quarto trimestre abrange o período pós-parto, quando o suporte que a mulher recebia durante a gravidez se torna menos frequente, mas a relação ente médico e paciente continua neste período.

Esta fase pode ser extremamente desafiadora, pois a mulher enfrenta diversas dificuldades, como a insegurança no cuidado com o recém-nascido, a privação do sono e os desafios da amamentação. A adaptação da pega do bebê ao mamilo e o ajuste à nova rotina podem ser especialmente difíceis, exigindo paciência e apoio para encontrar um equilíbrio.

O médico destaca que a mulher deve receber o mesmo apoio e suporte no pós-parto que teve durante a gestação. Ele explica que é comum a partir do terceiro ou quarto dia após o parto, que a mulher experimente uma sensação de melancolia, geralmente no final do dia. “Ela pode sentir vontade de chorar sem entender muito bem a razão, mesmo que as coisas estejam indo bem. É importante esclarecer que esse sentimento é normal e não deve ser confundido com depressão pós-parto. Normalmente, essa sensação de melancolia se resolve espontaneamente dentro de duas a três semanas após o parto. Por isso, o diálogo com a paciente é muito importante, do início ao fim”, finaliza Tedesco.

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