Descubra o grande vilão da impotência sexual

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que 30% dos homens no mundo sofrem algum nível de disfunção erétil. No Brasil, a estimativa é que mais de 25 milhões, acima dos 18 anos, tenham algum grau de impotência. Se colocarmos isso em números, 11,3 milhões têm o problema em nível moderado e severo, mas, por alguma questão do inconsciente da sociedade, muitas mulheres ainda se culpam quando vivenciam isso com o seu parceiro.

O homem, por sua vez, ao passar pela situação, superdimensiona esse problema, como aponta o urologista Eduardo Leze.

“Ele cria um bicho de sete cabeças quando, na verdade, precisa procurar um especialista logo, já que o tratamento pode ser muito simples. É preciso quebrar esse tabu que é pedir ajuda”, esclarece o especialista, Mestre e Doutor em Fisiopatologia e Ciências Cirúrgicas.

Um dos grandes vilões da impotência sexual é o cigarro eletrônico e artigos recentes têm mostrado o efeito desse dispositivo para a saúde. Pesquisadores da NYU Grossman School of Medicine e da Johns Hopkins University School of Medicine constataram que quem faz uso diariamente tem 2,4 vezes mais risco de desenvolver a disfunção erétil em comparação aos outros indivíduos.

“O principal mecanismo deve estar relacionado à inflamação do endotélio, que é uma camada de células no interior dos vasos sanguíneos. Essa é uma nova substância que deve ser bem avaliada antes de manter a continuação no mercado”, comenta Leze.

Se comparado ao cigarro tradicional, a grande “vantagem” do eletrônico é não ter em sua composição alcatrão e monóxido de carbono, substâncias químicas tóxicas. No entanto, a versão menos agressiva tem Propilenoglicol, glicerina e aromatizantes que, quando vaporizados, liberam compostos carbonílicos também prejudiciais à saúde.

“Para quem não sabe, os vapers – nome como são conhecidos esses artifícios – podem liberar a quantidade semelhante de nicotina que o cigarro convencional”, explica o urologista.

Se você, homem, ficou preocupado, saiba que não existe uma idade certa para apresentar o problema, mas o médico faz um alerta.

“Muita gente culpa a fase pós 40 anos como sendo o início da coleção de doenças. Eu gosto de explicar que se você não tem o hábito de cuidar da saúde, a natureza vai ‘segurando’ as adversidades até um certo ponto. A partir daí, muita gente passa a se queixar porque essa ‘bomba’ começa a explodir. Agora, se você se cuida, cultiva bons hábitos, essa fase será bem melhor aproveitada”, sugere.

Vale destacar que a disfunção erétil, na maioria das vezes, é multifatorial. Pode estar relacionada à glicose e colesterol aumentados, sedentarismo, alterações hormonais e psicológicas, e o cigarro eletrônico é um fator de risco independente.

Se você quer parar de fumar, seja vapers ou tradicionais, procure ajuda de profissionais dedicados a dar esse suporte. Lembre-se que tudo é mais fácil de ser tratado no começo e isso também vale para a impotência sexual.

“É melhor ainda quando você vai ao médico na busca de uma medicina preventiva. Com alguns exames é possível ter ideia se você está na rota de colisão com um iceberg ou se está a favor da corrente. Medicamentos e mudança de estilo de vida podem ser alguns dos tratamentos, mas a resposta certeira só acontece com uma boa avaliação do seu caso”, finaliza o especialista.

Eduardo Leze: Médico Urologista formado pela Souza Marques, com residência em cirurgia geral. Mestre em Fisiopatologia e Ciências Cirúrgicas. Doutor em Fisiopatologia e Ciências Cirúrgicas pela UERJ, cujo trabalho foi premiado pela Academia Nacional de Medicina.

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