Endometriose e ovário policístico: entenda as duas condições que afetam Larissa Manuela

É importante ficar atenta aos sinais do corpo e buscar ajuda. Diagnóstico tardio pode agravar condição

Esta semana, a atriz Larissa Manuela, trouxe à tona novamente o diagnóstico de endometriose — que já havia revelado anteriormente -, mas desta vez, somado a um novo quadro. A jovem estrela da Globo revelou que também possui ovário policístico. O objetivo de Larissa ao contar ao público, segundo ela, é promover o autocuidado e a busca pelo diagnóstico precoce.

A endometriose atinge cerca de 10% da população feminina em idade reprodutiva. Cólicas, dores na relação sexual e infertilidade são alguns sintomas da doença. Sem tratamento, ela pode atingir formas graves, como a chamada endometriose profunda, que tem sintomas mais severos e deixam a mulher incapacitada para uma rotina normal.

Já a síndrome dos ovários policísticos é um distúrbio hormonal comum, caracterizado pela presença de cistos — pequenas bolsas que contêm material líquido ou semissólido — que pode causar problemas simples, como irregularidade menstrual e acne, até outros mais graves, como obesidade e infertilidade.

Por isso a importância do diagnóstico precoce, um dos grandes desafios, já que as cólicas são confundidas com as dores do ciclo menstrual. Larissa, inclusive, contou que sentia que fluxo e cólicas muito intensas durante a menstruação, até mesmo chegando a ter desmaios repentinos.

Além da atriz, muitas famosas têm feito seu papel em chamar a atenção e conscientizar mulheres sobre a endometriose, falando abertamente sobre seus diagnósticos. No Brasil, um dos casos mais falados foi o da cantora Anitta, recentemente. Além disso, Malu Mader, Wanessa Camargo, Adriana Esteves e Tatá Werneck, entre outras, já deram depoimentos sobre o diagnóstico de endometriose e a dificuldade que tinham para engravidar, que acabou sendo superada com o tratamento da doença.

“No caso da endometriose, nem sempre o diagnóstico é realizado da melhor forma e logo de início, podendo levar até 10 anos para ser feito. Essa é a maior dificuldade, já que as dores da endometriose podem ser confundidas com dores rotineiras do ciclo menstrual. Precisamos dar visibilidade ao assunto, conscientizar profissionais de saúde e orientar cada vez mais mulheres a observarem seu corpo, porque o diagnóstico precoce é capaz de prevenir sequelas e permitir um tratamento que pode garantir o controle da doença e a qualidade de vida”, explica o ginecologista Patrick Bellelis, especialista em endometriose.

Como identificar sinais de alerta

Entre os principais sintomas da endometriose destacam-se as cólicas de forte intensidade e a dificuldade em engravidar. No segundo caso, é natural que as mulheres busquem ajuda profissional, quando desejam ter um filho. Mas no caso das cólicas, isso nem sempre acontece. Observar essas dores é importante para identificar se é o caso de recorrer a um médico. “Cólicas de maior intensidade, que afetam a rotina, ou com características diferentes das habituais devem ser encaradas como sinal de alerta”, frisa Bellelis.

Outros sinais que não devem ser ignorados durante o ciclo menstrual são dor durante a relação sexual, dor e sangramento ao urinar ou evacuar e dores nas costas. Sintomas fora do período menstrual também merecem atenção. A indicação do especialista é que, ao sentir qualquer coisa fora do normal, durante o ciclo ou fora dele, a mulher procure um ginecologista para que o quadro seja investigado e se dê início a um tratamento o quanto antes, se necessário.

PATRICK BELLELIS — GINECOLOGISTA

Tem ampla experiência na área de Cirurgia Ginecológica Minimamente Invasiva, atuando principalmente nos seguintes temas: endometriose, mioma, patologias intra uterinas e infertilidade. É graduado em Medicina pela Faculdade de Medicina do ABC. Possui título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia, Laparoscopia e Histeroscopia pela Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia — FEBRASGO. Doutorado em Ciências Médicas pela Universidade de São Paulo, USP, Brasil. Especialização em Endoscopia Ginecológica e Endometriose pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Faz parte da diretoria da SBE (Associação Brasileira de Endometriose e Ginecologia Minimamente Invasiva) desde a sua fundação. Médico Assistente do Setor de Endometriose do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo desde 2010. Professor do Curso de Especialização em Cirurgia Ginecológica Minimamente Invasiva — Pós- Graduação Latu Senso, do Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Sírio Libanês desde 2011. Professor do Instituto de Treinamento em Técnicas Minimamente Invasivas e Cirurgia Robótica — IRCAD — do Hospital de Câncer de Barretos, desde 2012.

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