O câncer de mama é o mais incidente em mulheres no mundo, com aproximadamente 2,3 milhões de casos estimados em 2020, o que representa 24,5% dos casos novos por câncer em mulheres. É também a causa mais frequente de morte por câncer nessa população, com 684.996 óbitos estimados, segundo dados do IARC (Agência Internacional de Pesquisa em Câncer) de 2020. Já no Brasil, de acordo com dados de 2020 do INCA, ele é tipo de câncer mais incidente em mulheres de todas as regiões, após o câncer de pele não melanoma. As taxas são mais elevadas nas regiões mais desenvolvidas, como Sul e Sudeste e a menor é observada na região Norte.
A Profª Dra. Marise Samama – Fundadora e presidente da AMCR: Associação Mulher, Ciência e Reprodução Humana do Brasil, explica que mulheres que tiveram a primeira menstruação precoce, ou seja, antes dos 12 anos, aquelas que tiveram uma menopausa após os 55 anos, a não gestação de um feto, a primeira gestação após os 30 anos, portadoras de mutações dos genes BRCA 1 e BRCA 2, os mais conhecidos, entre outros genes, são as que mais tem risco de desenvolver o câncer de mama.
“As mulheres também devem se preocupar se tiverem parente próximo com a alteração genética, parente de primeiro ou segundo grau com câncer de mama antes dos 45 anos, dois ou mais parentes de primeiro grau do mesmo lado da família com câncer de mama com mais de 50 anos, parente com câncer de ovário, câncer de mama em homem na família”, comenta a Dra.
Mas, afinal, será que o câncer de mama afeta a fertilidade da mulher? A Dra. Marise explica que a mutação dos genes BRCA 1 e BRCA 2 está associada à diminuição precoce da reserva ovariana. A observação acontece, principalmente, nas portadoras de mutação do gene BRCA 1, quando o hormônio antimulleriano, um dos hormônios marcadores de reserva ovariano, pode estar diminuído”, comenta.
A reserva ovariana é o estoque de óvulos que a mulher tem. A criopreservação de óvulos (congelamento de óvulos) pode ser indicada antes que ocorra a sua diminuição, no intuito de possibilitar uma gestação futura.
Nas mulheres diagnosticadas com câncer de mama que terão que se submeter à quimioterapia e não tem filhos, se estiver em boas condições clínicas, é recomendado congelar óvulos antes.
“A quimioterapia pode trazer danos importantes aos ovários, o que pode acarretar numa menopausa precoce ou até numa infertilidade, por isso, recomendamos àquelas mulheres diagnosticadas com câncer de mama, se estiverem em boas condições clínicas, realizarem o congelamento dos óvulos”, finaliza a Profª Dra. Marise Samama – Fundadora e presidente da AMCR: Associação Mulher, Ciência e Reprodução Humana do Brasil.