Em tratamento de câncer, Olivia Munn fala sobre barriga de aluguel; especialistas comentam possibilidades através da reprodução assistida

Após congelar óvulos duas vezes e passar por mais de dez cirurgias por conta do câncer de mama, atriz comenta sobre o nascimento da filha e a jornada da maternidade

A atriz Olivia Munn anunciou o nascimento de sua segunda filha, Mei June Mulaney, em 14 de setembro de 2024, através de barriga de aluguel. Conhecida por trabalhos como ‘The Newsroom’ e ‘X-Men: Apocalipse’, Munn expressou nas redes sociais sua gratidão à barriga de aluguel, que descreveu como “um anjo na vida real” por cuidar de sua bebê durante a gestação.

Munn, que está em tratamento contra um câncer de mama diagnosticado em março de 2024, já passou por mais de dez cirurgias, incluindo mastectomia e histerectomia. “Retirei meu útero, trompas de falópio e ovários”, disse ela em abril deste ano. A atriz, que já havia congelado óvulos duas vezes, passou por mais uma coleta antes do procedimento. Posteriormente, o médico informou ao casal que haviam conseguido gerar dois embriões.

A jornada de Olivia Munn, que optou pela barriga de aluguel após o diagnóstico da neoplasia, demonstra como o desejo de ser mãe pode se manter forte, mesmo diante de obstáculos inesperados.

Maternidade através da oncofertilidade

A escolha de ter filhos é um momento significativo que demanda um planejamento cuidadoso, considerando as circunstâncias e os desafios que os futuros pais podem enfrentar. Um tema, muitas vezes pouco discutido, é o diagnóstico de câncer de mama durante a fase reprodutiva. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), estima-se que, só em 2023, 73.610 novos casos de câncer de mama serão diagnosticados no Brasil, tornando-o o tipo mais incidente no público feminino, exceto o câncer de pele não melanoma.

Um estudo realizado pelo Instituto do Câncer de São Paulo notou um aumento significativo de diagnósticos de câncer de mama em mulheres com menos de 40 anos. Durante a pesquisa, aproximadamente 500 mulheres jovens foram atendidas e 68% delas já estavam com o tumor em estágio avançado.

“Muitas pacientes jovens nos procuram com o sonho de engravidar. O ideal é que esse planejamento aconteça logo no início do tratamento, pois a quimioterapia, radioterapia e até mesmo cirurgia podem acabar afetando a fertilidade por promoverem lesões nos ovários. Contudo, com o avanço das novas tecnologias, temos alternativas que contornam essa trajetória, como é o caso da preservação de óvulos através do congelamento”, explica Edson Borges Jr, diretor médico do FertGroup.

E, indo além do câncer de mama, o especialista ressalta que a orientação para outros tipos de tumores é a mesma e sempre deve ser discutida com uma equipe multidisciplinar. “Independente do tipo de câncer e do tratamento realizado, devemos sempre entender a história de vida daquela paciente e considerar seus sonhos futuros”.

Diante do cenário atual, em que a mulher deixa para engravidar cada vez mais tarde, coincidentemente pode ocorrer de, neste mesmo momento, ela ser surpreendida com um diagnóstico de câncer, o que pode colocar em risco o sonho da gravidez. É o que explica a Dra. Maria Cecília Erthal, especialista em reprodução assistida do Vida Centro de Fertilidade, unidade do FertGroup no Rio de Janeiro.

“Por isso, o acompanhamento da fertilidade deve começar por volta dos 25 anos, muito antes de qualquer possibilidade de diagnóstico de câncer. Esse cuidado pode auxiliar em um congelamento antecipado dos óvulos, que atua como uma forma de preservar desde cedo a fertilidade, caso haja alguma intercorrência no processo”, complementa a médica.

Um novo caminho

O objetivo da oncofertilidade é hoje muito mais amplo, deixando no passado a não importância dos prejuízos do tratamento, que muitas vezes impactavam no bem-estar físico, mental e social das mulheres com câncer.

Apesar do congelamento de óvulos ser a técnica mais comum, há também a possibilidade do congelamento de embriões, do tecido ovariano e da supressão ovariana. “Esse é um processo muito delicado e que deve ser levado em consideração cada possibilidade e os desejos da família. Um olhar que vai além da saúde física, cuidando também da parte emocional daquela paciente, é a chave para que a trajetória seja a mais leve possível dentro de todos os desafios propostos”, orienta Maria Cecília Erthal.

Para a realização do processo de congelamento de óvulos, é inicialmente feito a indução da ovulação através de medicamentos que estimulam o desenvolvimento e amadurecimento dos óvulos. Em seguida, com a paciente sedada, é feita a coleta dos óvulos para posteriormente ser realizada a seleção daqueles que estão saudáveis. Quanto ao congelamento, a técnica é feita com nitrogênio líquido, mantendo os óvulos à disposição da paciente para uma gravidez no futuro.

“É fundamental que a paciente converse com o seu médico sobre os tratamentos disponíveis para a preservação da fertilidade. Contudo, vale destacar que nem toda paciente submetida ao tratamento oncológico ficará infértil. Isso irá depender do tipo do tumor, localização no corpo, terapias realizadas e sua intensidade”, reforça a médica.

Com os avanços da medicina reprodutiva, pessoas que, por razões médicas ou pessoais, não podem gestar encontram na reprodução assistida uma esperança concreta de realizar o desejo de ter filhos. Entre as alternativas disponíveis, a barriga solidária, também conhecida como útero de substituição, tem ganhado espaço.

Entenda o que muda entre a barriga solidária e a barriga de aluguel

Diferente da barriga de aluguel, a barriga solidária não envolve comércio e nem pagamento, ou seja, a mulher que está engravidando por uma terceira pessoa, não será remunerada por isso.

Segundo Vinicius Medina, especialista em reprodução assistida do Instituto Verhum, unidade do Fertgroup em Brasília, a barriga solidária é permitida no Brasil, desde que a mulher que receberá o embrião seja parente de até quarto grau de um dos membros do casal, seja a esposa ou o marido, como aconteceu com os influencers.

“O casal, assim como a mulher que irá gestar, assina termos de consentimento e recebe uma série de esclarecimentos. O procedimento é permitido pelo Conselho Federal de Medicina, desde que não haja comércio ou qualquer tipo de pagamento à pessoa que irá engravidar”, afirma.

No caso da barriga de aluguel, ocorre a situação em que uma mulher paga para outra engravidar em seu lugar. “Digamos que você tenha uma mãe biológica, por exemplo, que não pode engravidar por qualquer motivo, e ela vai pagar uma terceira pessoa, ou seja, existe um comércio nisso para que se engravide por ela. Vale lembrar que existe um contrato para isso e, logo após o nascimento, a mulher que gerou o bebê irá entregar o recém-nascido para aquela que custeou essa gestação”, finaliza.


Sobre o FERTGROUP

O FERTGROUP nasceu em 2023 como resultado de uma iniciativa de investimento e expansão liderada pelo Fundo de Private Equity da XP. Maior e mais inovador grupo especializado em reprodução humana do Brasil, atualmente está presente em São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco, Paraíba e Distrito Federal por meio das marcas Fertility, Geare, Vida Bem Vinda, Gerar Vida, Primórdia, Vida e Verhum.

Tendo como pilares o estabelecimento da confiança médica, excelência técnica e atendimento humanizado em todos os serviços, o FERTGROUP investe seus esforços no desenvolvimento de alternativas que contribuem para a democratização do acesso à saúde reprodutiva através da contínua expansão de sua presença geográfica e de novos modelos de financiamento, bem como na geração de informações para a sociedade em geral, comunidade médica e empresas.


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