HPV causa de câncer de colo de útero, explica especialista do São Camilo de SP

Até 2026, cerca de 51 mil mulheres terão câncer de colo de útero no Brasil

Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que o papilomavírus humano (HPV) é responsável por mais de 95% dos casos de câncer de colo uterino. No mês da mulher e do câncer de colo de útero, a conscientização é fundamental para promover a saúde da mulher e estimular a vacinação como a forma mais eficiente de prevenção da doença. De acordo com a Organização Pan-americana de Saúde (OPAS), o câncer de colo de útero é o que mais mata mulheres na América Latina e no Caribe.

No Brasil, cerca de 51 mil mulheres terão câncer de colo de útero até 2026, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), sendo que 90% dos casos podem ser prevenidos com a vacina nonavalente do HPV. O Brasil terminou o ano passado sem cumprir a meta de vacinar 80% do público entre nove e 14 anos contra o papilomavírus humano (HPV). Segundo dados do Ministério da Saúde, 57,44% das meninas tomaram duas doses do imunizante, enquanto a taxa entre os meninos foi de 36,59%.

O papilomavírus humano, causador do HPV, é um dos principais responsáveis pelo câncer de colo de útero, afinal, algumas variações do vírus são cancerígenas. Por se tratar de um vírus comum, segundo o Ministério da Saúde, cerca de 75% das brasileiras sexualmente ativas entrarão em contato com o HPV ao longo da vida.

Para o oncoginecologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Gabriel Lowndes de Souza Pinto, a atenção aos sintomas da condição e aos exames é importante para que a doença não avance para estágios graves. “Inicialmente, o câncer de colo de útero, conhecido também como câncer cervical, pode não manifestar sintomas. Em estágios avançados da doença, causa sangramento vaginal intermitente, secreção vaginal anormal e dor abdominal junto de queixas urinárias ou intestinais”, explica ele.

Dentro disso, é importante realizar os exames ginecológicos periódicos e laboratoriais para detecção do câncer. Além disso, é importante se atentar aos sintomas do HPV para que a atenção de quem foi infectado pelo vírus HPV seja redobrada quanto ao câncer cervical. Ainda assim, investir na cobertura vacinal do vírus é a prevenção mais eficiente.

Relação entre HPV e câncer de colo de útero

O papilomavírus humano (HPV) possui mais de cem subtipos e pode causar diversos sintomas como, lesões e verrugas na pele, ardência e coceira na região genital, o qual é transmitido por meio de contatos com as lesões ou por meio de relações sexuais com a pessoa que está infectada.

“A vacinação do HPV é a melhor forma de prevenção do câncer de colo de útero, sendo que o ideal é a vacina quadrivalente que protege contra os tipos de HPV de 6 a 11, além dos 16 e 18, os quais são oncogênicos e podem ocasionar um câncer de colo de útero nas mulheres”, comenta Fábio Rios, ginecologista na Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo.

Não existe ainda uma medicação que haja diretamente contra o HPV, mas é possível identificar as alterações que ele causa em algumas pacientes, chamadas de lesões precursoras (pré-câncer) através do exame de citologia cérvico vaginal (Papanicolaou) e a colposcopia com biópsia dirigida.

“Quando essas lesões precursoras são identificadas podem ser tratadas de forma relativamente simples, evitando que essa paciente tenha a progressão da lesão precursora para o câncer de colo propriamente dito. Além disso, algumas pacientes podem ficar portadoras do vírus HPV por muito tempo sem que ele se manifeste (infecção latente) e outras ainda conseguem eliminar o vírus do organismo”, explica o ginecologista.

É importante ressaltar que não são todos os tipos de HPV que causam o câncer, mas que quem foi infectado pelo vírus deve redobrar os cuidados e realizar exames periódicos para a detecção precoce da doença.

Segundo o especialista, o câncer de colo pode ser prevenido com o uso das vacinas, comportamento sexual seguro e a realização periódica dos exames de rotina ginecológica. Para a grande maioria dos casos temos a chance de tratá-lo numa fase pré maligna ou inicial, com boas chances de cura.

“Quanto mais cedo o câncer cervical for detectado, maiores são as chances de tratamento e cura da doença, assim como a contenção do vírus HPV nos casos que forem confirmadas a infecção do paciente”, finaliza Rios.

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