Especialista destaca a importância da prevenção e diferenciações do infarto em mulheres
A chegada de mais um Dia Mundial do Coração, celebrado em 29 de setembro, vem com um dado alarmante: as doenças cardiovasculares são a principal causa de morte entre a população feminina no Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde. E os riscos ficam ainda maiores nas mulheres de 50 a 69 anos, faixa etária que apresentou um aumento de 176% nas mortes por infarto de 1990 para 2019, segundo dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC).
De acordo com Luiz Lucio, Diretor Médico da Organon, os principais fatores de risco para o infarto são os mesmos para tanto para homens quanto para mulheres, como sedentarismo, hipertensão arterial, obesidade, dislipidemia, tabagismo, estresse. Porém, é importante ressaltar que o estrogênio, produzido pelo corpo feminino durante o período fértil, é um fator de proteção.
“Após a menopausa, como a mulher perde esse fator de proteção, o risco de infarto aumenta, se assemelhando ao do homem”, explica Lucio. “Por isso, as mulheres na idade da menopausa, que no Brasil está por volta dos 48 anos em diante, têm um maior risco de infarto do coração”.
Os sintomas típicos do infarto feminino são semelhantes aos dos homens, como dor ou aperto no peito, que pode se irradiar para o braço esquerdo, pescoço ou braço direito; além de cansaço, falta de ar; sudorese fria. No entanto, as mulheres, assim como os homens, também podem apresentar sintomas atípicos, como dor no estômago, sensação de angústia, enjoo, entre outros.
“É importante que as mulheres estejam atentas aos sintomas de infarto, mesmo que eles sejam atípicos. Por vezes, pelo fato de se associar o infarto cardíaco mais ao homem do que à mulher, o diagnóstico na população feminina acaba sendo muito mais demorado, o que pode contribuir para que a taxa de mortalidade seja mais alta neste público. O diagnóstico precoce é fundamental para o sucesso do tratamento”, alerta.
Para prevenir a doença, Lucio recomenda a adoção de hábitos de vida saudáveis, como: alimentação balanceada; controle de peso; atividade física regular; redução do estresse; acompanhamento médico de rotina; e tratamento das doenças associadas, como hipertensão arterial, diabetes, dislipidemias e outras. “Mulheres com predisposição genética para doenças cardiovasculares devem ter um cuidado extra. O acompanhamento médico frequente e próximo é essencial”, enfatiza.
Por fim, o Diretor Médico da Organon destaca a necessidade do autocuidado e da importância de prestar a devida atenção à própria saúde física e mental. “Ouvimos muito, mas praticamos pouco. Nosso corpo ‘fala’ e, por vezes, negligenciamos seus sinais. É importante estarmos atentos”.