Patrícia Ramos ameniza sintomas da endometriose com exercícios. Especialista dá dicas sobre o assunto

Mais de 7 milhões de brasileiras são afetadas pela condição, mas a prática regular de atividades pode diminuir o desconforto

Na última semana, a influenciadora Patrícia Ramos, de 23 anos, compartilhou no Instagram seu diagnóstico de endometriose. Destacando que passou a cuidar mais da saúde após descobrir sua condição. Para isso começou uma rotina de exercícios mesmo enfrentando o desconforto menstrual, ressaltando a crucial disciplina saudável como parte fundamental de seu tratamento para endometriose.

A doença, condição caracterizada pelo crescimento anormal de tecido semelhante ao endométrio fora do útero, é frequentemente acompanhada por sintomas debilitantes, incluindo dor pélvica intensa, desconforto durante o sexo e alterações no ciclo menstrual. No mundo, são 176 milhões de diagnósticos, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). No entanto, relatos emergentes indicam que a prática regular de exercícios pode, de fato, desempenhar um papel crucial no manejo desses sintomas.

De acordo com o Dr. Patrick Bellelis, especialista em endometriose e colaborador do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, o impacto positivo da atividade física no contexto da endometriose está ligado a vários fatores. “Em primeiro lugar, o exercício estimula a liberação de endorfinas, neurotransmissores associados à sensação de bem-estar, contribuindo para a redução da percepção da dor. Além disso, a atividade física regular promove o fortalecimento muscular, o que pode oferecer suporte estrutural e aliviar a tensão nas áreas afetadas pela endometriose”, comenta.

Práticas como yoga e pilates, conhecidas por enfatizar a conexão entre corpo e mente, têm se destacado como formas benéficas de exercício para mulheres com endometriose. Essas atividades não apenas proporcionam alívio físico, mas também podem trazer equilíbrio emocional, ajudando a gerenciar o estresse e a ansiedade frequentemente associados à condição.

Além disso, exercícios aeróbicos, como caminhadas e corridas leves, têm apresentado resultados positivos na redução da dor e na melhoria de anormalidades posturais associadas às dores pélvicas. Essa conclusão foi derivada de um estudo publicado no Journal of Physical Therapy Science, que analisou os efeitos de um programa de oito semanas de exercícios.

Entretanto, é fundamental destacar que qualquer programa deve ser personalizado e adaptado às necessidades individuais, levando em consideração a gravidade dos sintomas e a capacidade física de cada mulher. Antes de iniciar um regime de exercícios, é aconselhável consultar um profissional de saúde capaz de orientar sobre as práticas mais adequadas e seguras.

“A relação entre endometriose e atividade física revela-se um campo promissor para o gerenciamento integrado dessa condição. Ao incorporar exercícios regulares como parte do plano de cuidados, mulheres podem experimentar melhorias significativas em sua qualidade de vida, fornecendo uma abordagem holística e multidisciplinar no enfrentamento da doença”, conclui o especialista.

Clínica Bellelis – Ginecologia

O ginecologista Patrick Bellelis é Doutor em Ciências Médicas pela Universidade de São Paulo (USP); graduado em medicina pela Faculdade de Medicina do ABC; especialista em Ginecologia e Obstetrícia, Laparoscopia e Histeroscopia pela Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo); além de ser especialista em Endoscopia Ginecológica e Endometriose pelo Hospital das Clínicas da USP. Possui ampla experiência na área de Cirurgia Ginecológica Minimamente Invasiva, atuando principalmente nos seguintes temas: endometriose, mioma, patologias intrauterinas e infertilidade. Fez parte da diretoria da Associação Brasileira de Endometriose e Ginecologia Minimamente Invasiva (SBE) de 2007 a 2022, além de ter integrado a Comissão Especializada de Endometriose da FEBRASGO até 2021. Em 2010, tornou-se médico assistente do setor de Endometriose do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia do Hospital das Clínicas da USP; em 2011, tornou-se professor do curso de especialização em Cirurgia Ginecológica Minimamente Invasiva — pós-graduação lato sensu, do Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Sírio Libanês; e, desde 2012, é professor do Instituto de Treinamento em Técnicas Minimamente Invasivas e Cirurgia Robótica (IRCAD), do Hospital de Câncer de Barretos.

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