Saúde mental: Como o acompanhamento psicológico contribui nos tratamentos de infertilidade

Especialista fala sobre a importância de acompanhamento psicológico durante tratamento

Tratamentos de reprodução assistida causam uma “montanha russa” de sentimentos na vida de qualquer pessoa. Não é tarefa fácil lidar com as frustrações de não conseguir engravidar de forma natural, seja por escolha ou pela descoberta de infertilidade. A busca pela qualidade de vida emocional faz parte desse processo que muitas vezes é solitário na vida de homens e mulheres.

De acordo com a psicóloga Claudia Rachewsky, da Nilo Frantz Medicina Reprodutiva, é ideal que o médico que está acompanhando o casal ou a pessoa que está passando pelo tratamento indique o acompanhamento psicológico.

O acompanhamento nesse processo é importante porque é um momento no geral muito ansiogênico para o casal. Muitas vezes eles são pegos de surpresa com o diagnóstico, que é bastante solitário e que causa muitos sentimentos. O apoio do profissional da área da saúde mental é o que vai de certa forma servir como uma escuta ativa para esses casais”, explica.

Para a profissional, a terapia, o apoio psicológico, principalmente dentro das clínicas de medicina reprodutiva, pode contribuir com a diminuição dessa ansiedade fazendo uma escuta ativa.

“Costumo dizer que o casal se sente ‘infértil no mundo que é fértil’, porque eles acham que todo mundo consegue engravidar de forma fácil e eles não. Então essa é a primeira coisa. Eles precisam ter um espaço em que eles mesmos possam se ouvir e também um ouvir o outro, quando falamos de um casal que muitas vezes não falam sobre o assunto”, afirma Claudia.

Interferência no tratamento

A psicóloga explica que a ansiedade e outros transtornos mentais não interferem no resultado positivo ou negativo do tratamento, mas que pode afetar outros aspectos.

“Ela afeta o desenrolar do tratamento como nas relações entre os casais, nas relações entre a equipe médica. Porque tudo isso de certa forma estará interligado”, conta.

Rachewsky ressalta que o processo abala muito os aspectos emocionais e quanto mais o especialista em saúde mental conseguir manter o casal em equilíbrio, melhor será para eles no final.

Quando chega o resultado negativo

A pior parte para os tentantes é ter que lidar com os resultados negativos durante os tratamentos. Nem sempre a gestação ocorre em uma primeira tentativa. O que faz com que muitos pacientes desistam de tentar, por não possuir a inteligência emocional e também um acompanhamento adequado que mostre que isso faz parte do processo.

É muito frustrante o resultado negativo. O paciente de infertilidade passa por muitos lutos. O apoio, principalmente em momentos como esse, é importantíssimo porque o psicólogo vai trabalhando esses lutos, esses insucessos e vai desmistificando situações, porque o casal, em geral, acaba se sentindo muito injustiçado, muito impotente, muito incapaz”, explica a doutora.

De acordo com Rachewsky, uma escuta ativa para ajudar os pacientes na condução dessas ideias e desse momento, acaba sendo sempre um processo positivo para uma nova possibilidade.

Além da terapia

A psicóloga recomenda que o paciente, além do acompanhamento psicológico, não deixe de fazer atividades que façam bem a ele.

“Quem passa por esse processo precisa poder se acarinhar nesse momento, porque é importante em um momento tão sofrido, no qual ele fica tão machucado que qualquer coisa que ele possa fazer que traga um prazer a ele, ele deve fazer”, conclui.

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