Teste permite identificar a presença de mutações genéticas relacionadas a síndromes de câncer hereditário

Através do mapeamento genético, é possível diagnosticar tumores em fases iniciais, aumentando as chances de tratamento com cura efetiva; o teste está disponível nos hospitais do Grupo ICC no Ceará

A oncologia avança constantemente na busca por soluções que aprimorem o sucesso do tratamento e a prevenção dos diversos tipos de câncer. Uma delas é a testagem genética, indicada para pacientes com histórico de câncer na família, principalmente quando surgem em idades mais precoces, quando há muitos casos na família e frente a tumores mais raros. Disponível nos hospitais que fazem parte do Grupo ICC, do Instituto do Câncer do Ceará, o teste possibilita um planejamento e seguimento clínico individualizado e, no caso de surgimento do câncer, um tratamento personalizado quando somado ao estudo das alterações moleculares do tumor.

O teste analisa a sequência genética do DNA de um paciente, após a extração de uma amostra de sangue ou saliva, para identificar a presença de possíveis mutações patogênicas que sejam relacionadas a uma síndrome de câncer hereditário. Clarissa Picanço, geneticista do Grupo ICC, explica que a testagem não se trata de um exame simples de rotina. “Quando tratamos de síndrome de predisposição hereditária ao câncer, nos referimos a indivíduos que já nasceram com uma mutação, e isso traz maior risco para o desenvolvimento de câncer. Então, nós não estamos indicando teste genético para câncer hereditário para os indivíduos: ele não é, nem deve ser um exame de rotina. Indicamos o teste para pacientes que já tem uma história pessoal ou familiar de câncer”, destaca.

Quando alguma mutação patogênica é identificada no teste e há o alerta de desenvolvimento da doença, o médico elabora um planejamento personalizado para o enfrentamento do possível câncer, que pode envolver cirurgias preventivas, exames periódicos e análise do histórico familiar. “O planejamento feito após a testagem é individualizado para a situação de cada paciente e, para alguns genes, existe a discussão de fazer cirurgia redutora de risco, que pode consistir na retirada das glândulas, dos ovários, etc. Então, dependendo da síndrome genética, temos várias decisões a serem tomadas após a testagem, levando em consideração os princípios de autonomia e desejo do paciente”, enfatiza a geneticista.

Ainda segundo Clarissa, os testes genéticos disponíveis para serem realizados são variados, podendo mapear um número diferente de genes, dependendo do que o paciente busca investigar. “Tem laboratórios que oferecem oitenta, tem laboratórios que oferecem cento e quarenta genes a serem estudados. Isso vai depender de quais são os genes alvos”, complementa.

NOTÍCIAS
MAIS LIDAS

Cerca de três milhões de pessoas são usuárias de vape no Brasil. Dados apontam que hábito pode…
Ginecologista Loreta Canivilo explica causas, prevenções, tratamentos e sintomas de candidíase, vaginose bacteriana e infecções urinárias Assim…
Tatiana Mattos é enfermeira e gestora da clínica Origen BHA Organização Mundial da Saúde (OMS) destaca que…
Bettina Boklis, empreendedora, consultora de marketing, escritora e mãe solo, lançou em 2021 seu primeiro livro, “Maternidade…

CADASTRE-SE PARA RECEBER NOSSA NEWSLETTER E REVISTAS