A atriz Bruna Spínola, 38, compartilhou sua experiência ao optar pelo congelamento de óvulos aos 35 anos. Após sofrer dois abortos espontâneos e antes de engravidar de sua filha mais nova, Bruna decidiu se planejar com mais tranquilidade, encarando o procedimento como um gesto de liberdade.
O relato da atriz se alinha à proposta da campanha “Trintou, Congelou”, lançada pelo Grupo Huntington, referência em medicina reprodutiva no Brasil. Com o slogan “Se planejar, para decidir, sem pressa”, a iniciativa propõe um novo olhar sobre a maternidade, como uma escolha consciente e no tempo da mulher, livre de pressões sociais, estéticas ou biológicas.
Segundo dados da Anvisa, o número de procedimentos de congelamento de óvulos no país cresceu 76% entre 2020 e 2023, sendo o maior avanço entre mulheres com menos de 35 anos — uma alta de 98%. “A maternidade é sinônimo de amor, não de urgência. Em um mundo em que a mulher tem engravidado cada vez mais tarde, por diversos fatores, a campanha chega para mostrar que ela pode planejar seu futuro reprodutivo com autonomia”, afirma Raquel Bighetti, head de Marketing do Grupo Huntington.
O médico especialista em reprodução humana do Grupo Huntington, Dr. Mauricio Chehin, explica que o congelamento pode ser feito em qualquer idade, mas quanto mais cedo, melhores são as chances de sucesso. “Até os 35 anos sabemos que a qualidade dos óvulos, em teoria, ainda é muito boa, e é uma faixa etária em que o tratamento costuma funcionar muito bem. Quanto maior o número de óvulos, maior a chance de dar certo depois. E quanto menor a idade, melhor a qualidade dos óvulos”, detalha.
O procedimento é feito em etapas: primeiro, a paciente passa por cerca de 10 a 12 dias de estimulação hormonal. Em seguida, os óvulos são aspirados em um centro cirúrgico, com sedação leve. “A paciente dorme e não sente absolutamente nada. O procedimento dura de 20 a 30 minutos, é guiado por ultrassom transvaginal, e os óvulos são analisados em laboratório e congelados em nitrogênio líquido para uso futuro”, explica o médico.
Chehin chama atenção para a necessidade de uma mudança na abordagem do planejamento familiar. “O foco da ginecologia historicamente tem sido evitar a gravidez indesejada. Mas planejamento familiar também significa garantir as melhores chances de gravidez, na idade e no momento em que a mulher deseja. Esse olhar precisa estar presente nas consultas de rotina”, defende.
O especialista orienta que mulheres acima dos 30 anos, especialmente as que se aproximam dos 35 e não planejam engravidar a curto prazo, devem avaliar sua reserva ovariana. Caso necessário, o congelamento de óvulos pode ser indicado como uma forma de preservar a fertilidade.
Para ampliar o acesso à informação, o Grupo Huntington realiza palestras, ações de educação continuada e participa ativamente de congressos médicos, conscientizando não apenas pacientes, mas também profissionais de saúde. “Nosso objetivo é fazer com que o congelamento de óvulos seja uma possibilidade real, acessível e discutida com naturalidade nos consultórios”, conclui Chehin.