No mundo, a cada 6 casais 1 é infértil e alterações do fator masculino estão presentes em 50% dos casos. Já é bem estabelecido que tabagismo, sedentarismo, obesidade e stress têm forte relação com uma pior qualidade das características dos espermatozoides no sêmen (e, portanto, podem contribuir com a infertilidade do casal). Somam-se a essa lista de causas a exposição dos testículos a radiação eletromagnética e a altas temperaturas e, por isso, a forma como utilizamos aparelhos eletrônicos e seus efeitos a médio e longo prazo na nossa saúde tem sido cada vez mais estudados.
No trabalho em questão, os participantes foram questionados, entre outros aspectos, sobre sua saúde geral e reprodutiva, seu nível educacional e seus hábitos de vida com foco no tempo de uso semanal do celular e o local onde o aparelho é guardado quando não está em uso. Foram classificados como ‘usuários frequentes’ os que declararam manusear o celular mais de 20 vezes por dia e ‘usuários raros’ aqueles que utilizam o aparelho menos de uma vez por semana. Comparando amostras de sêmen de ambos os grupos, houve uma redução de 22% na contagem total de espermatozoides no grupo de usuários frequentes. Por outro lado, manter o celular no bolso não se mostrou como um fator de risco. Esses resultados reforçam o potencial risco relacionado ao aumento dramático no tempo de uso dos aparelhos celulares e geram um alerta aos futuros papais para que utilizem as tecnologias de forma cada vez mais racional.